03 fevereiro 2013

Pensando com minha cabeça. Somente.




Hoje depois de uma meditação superficial e um sono agitado no meio da tarde eis que surgiu mais uma das minhas equações mentais. A minha eterna busca, que eu achava que era pela tal felicidade, mas não era, era uma busca do algo que faltava, bom eu nunca soube bem o que procurava. Mas estava buscando.

Eu andei, andei e consegui exatamente o que eu queria, mas como não foi compensador do jeito que imaginava veio o medo de querer, querer e conseguir. Daí eu meio que parei de pensar. Mal sinto vontade de decorar o nome dos meus clientes, de cuidar do meu apartamento ou do meu cabelo, de pensar que poderia sei lá engraxar os sapatos. Porque a busca tinha terminado. 

Mas peraí, quando lá atrás nos séculos você tinha a vontade ferrenha você também não conseguia visualizar o que queria e mesmo assim fazia as coisas, porque não agora? Ops, temos algo construtivo aqui. Lá atrás eu só pensava em mim. Só em mim, minhas vontades, minhas calças e minhas bolsas, minha felicidade, meu, meu, meu e nem por isso era egoísta, e podia dar as coisas porque eu tinha, hoje eu usuro porque acho que falta, imagina se no dia que fiquei tão bêbada com minha chefe que disse umas coisas tão loucas sobre meu trabalho, imagina se eu achava que ia ser mandada embora, ou no dia que cheguei em casa com o dia amanhecendo olhei pro céu e me senti tão bem, ou no dia que fui pra praia começou a chover e eu gargalhava com minha irmã Carol me recusando a ir embora porque porra, a gente fica molhada na praia mesmo!  E ainda entrei na água e tomei uns bons caldos. E assim eu vivia, trabalhava bem para ganhar muitas dilmas, e queria ter o melhor cabelo para olharem e falarem “meodeols o que vê faz para ter esse cabelo?” e queria ter um bom corpo para as pessoas me invejarem e minhas roupas caírem bem, e queria ser a melhor em tudo o que metia a fazer, só que eu me perdi, e tenho me achado bem aos poucos aqui e ali, quando pensei ainda agora, porque você está se destruindo? Porque você vai deixar suas conquistas para trás por algum ideal que nem existe mais? Não vai restar nada de você para consertar se não parar de cavar seu buraco agora. Agora nesse momento você precisa tomar a decisão de ser só você e para você, as pessoas não precisam de você, você quer que precisem, mas não precisam, então é você e você. Esqueça todo o resto. E é o que tenho tentado.

Mas Cristal você era uma bêbada, vazia, louca varrida, que nem sabia de nada de porra nenhuma, tá eu era tudo isso, verdade, mas eu era uma coisa que todo mundo esqueceu, inclusive eu! Eu não me importava com o que as pessoas pensavam de mim, não vivia buscando aprovação alheia, se minha chefe me odiava (e isso acontecia com frequência) pensava: foda-se você não vai se livrar da sua melhor vendedora e se me mandar embora arrumo outro emprego em vinte minutos. Se eu fiz essa merda você vai me ajudar a arrumar a cagada porque EU SEI que quando meu nome aparecer em primeiro lugar naquele mural você nem vai se lembrar dessa merda.
Uso esse monte de pulseiras porque estou cagando se você me acha perua. Se eu tô sentada no chão do ônibus comendo milho não tô nem aí pra quem tá olhando. Se esse baton é chamativo foda-se se eu não quisesse chamar atenção passava baton bege, se eu bebi um pouco a mais e estou doida dançando pela sala qual é o problema? Se eu mandei você ir a merda e você não me desculpou, ops, mals aê, vida que segue. 

EU SABIA que era honesta, confiável e que meu trabalho era bom, que faria o que falei que faria, porque eu sabia. Precisava apenas do meu aval para fazer qualquer coisa, gastar meu dinheiro, comer o que quiser ou beber até cair. E eu não pensava "o que vão pensar de mim?" Por isso a decisão mais que tardia de tacar um foda-se no mundo, fazer meu melhor trabalho PORQUE EU QUERO, comprar minha bolsa velha PORQUE EU QUERO. E eu vou usar baton vermelho e unha verde PORQUE QUERO. Eu nasci sozinha e VIVO sozinha, e a única aprovação real que preciso é a minha. 



 










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