02 abril 2013

Amor que dói.

Eu não gosto de falar do meu relacionamento aqui, não mais. Nunca é algo que fico confortável pra falar. Sobre fins e recomeços.

Hoje fiquei várias horas pensando "como" pode ter dado errado, eu falava uma coisa quando morava no Rio, que se naquela distância, enfrentando estrada, distância, saudade, amor aos pedaços, telefonemas e e-mails, se quando ficássemos perto não desse certo é porque seríamos dois idiotas. E foi o que fomos. As coisas foram se perdendo aos poucos, até que eu me perdi. E ele não estava lá. E eu estava. Esse post não é para fazer cobranças de nenhum tipo, nem sei se ele ainda lê meu blog, enfim, não é sobre quem fez o que.

Eu tinha a ideia que se podíamos passar por aquilo, poderíamos passar por qualquer coisa e nós não passamos nem da primeira fase. Já viramos noites e noites trocando e-mails apaixonados e nós fazíamos tudo o que possível para ficar mais perto e hoje que eu estou perto tudo se tornou tão distante que parece que foi em outra vida a muito muito tempo atrás.

Fico lembrando dos olhares apaixonados e o que fomos capazes de fazer um pelo outro, dirigir horas, virar noites, inventar formas de estar perto, presentes, poesias, palavras, e depois conseguimos fazer o pior, magoar o outro tão profundamente que o que restou foi só a vontade de magoar cada vez mais, para que a dor de um pudesse transpassar o corpo e a mente do outro.

E tudo foi se esvaindo, aos poucos, como um pequeno furo em balde que carregamos e quando olhamos o balde está vazio. Antigamente eu fantasiava tanta coisa que poderia ter sido nossa realidade e poderia mesmo, mas ficou aquele enorme vão nas páginas em branco que não escrevemos.

É engraçado que casais com muito menos amor que o nosso deram e dão certo por séculos, então porque não o nosso? Estive relendo e-mails, ouvindo músicas só para relembrar que aquilo realmente existiu. Reservas de pousadas, combinações de horários, felicidades nas chegadas, comemorações por qualquer besteira. Fotos belas de lugares por onde andávamos. Éramos tão interessantes, sempre cheios de assuntos sobre o tudo e o nada. Durante muito tempo fomos tudo um para o outro, fomos a fuga, fomos amigos, amantes, namorados, apaixonados e sempre me pergunto para onde foi tudo isso?

Porque pessoas tão capazes de fazerem o máximo se tornaram incapazes de fazer o mínimo. Se levarmos em consideração que até avião que não gosto e tenho pavor, encavara para ficar perto o que seria andar um quilômetro? Marcos mora tão perto de mim e no entanto mora tão longe  do nosso ideal que não existe uma explicação plausível.

É aquilo que eu dizia sempre aos risos que para quem tinha enfrentado o que enfrentamos isso aqui seria fichinha e no entanto se tornou o muro mais alto a ser escalado.

E nos separamos. Inúmeras vezes. Brigamos pelas coisas mais ridículas que se podem imaginar. Acho que quase chegamos ao ponto de nos odiar. E como explico pra você, que duas pessoas capazes de empenharem a própria vida pela felicidade do outro acabou desse jeito?

Sempre acho que nunca acaba, até o dia que ele não fala mais comigo, ou que resolvi achar que tudo aquilo sempre foi uma mentira. Que fui um passatempo, uma pessoa descartável, acho que foi nesse ponto que fiquei deprimida. Sei em um nível cerebral que não foi isso, mas emocionalmente pra mim, virou isso e eu daria muita coisa para acreditar no contrário.

Meu problema é que meus muros ninguém quer escalar.

5 comentários:

Fernanda Sodré disse...

Acho que tudo que se pode dizer sobre o amor é uma grande chance de errar feio pra mais ou pra menos...que dirá sobre o coração do outro...
Talvez não tentar entender o que deu errado, seja melhor do que se explicar, se entender...desgasta a alma demais cobrar de si mesma o que é dividido pra dois...
Se cuida cabeça.
bj
=/

Afrodite disse...

Cristal,
Um amor qd não dá certo,não foi só um...foram os dois!
Relacionamento não é fácil cuidar,é realmente plantinha que tem que cuidar diariamente!E ainda tem o problema que muitos confundem paixão com amor.
Antes de encontrar meu marido,cometi muitas tolices e eram sempre com homens casados.A única coisa que sempre me manteve atenta foi saber desde lá do começo que eu seria DIVERSÃO.Nunca quis ser a matriz,a nº1...
"Um homem que traí sem culpa e troca a mãe de seus filhos por outra na rua,que não fará comigo?"...sempre foi meu pensamento!O dia que quis formar uma família busquei um homem solteiro e sem filhos.Pro homem é fácil aceitar os filhos de outro,já as mulheres aceitar a ex dele com filho....é inviável no meu caso!
Tenho 38 anos e NUNCA vi um homem sair de casa por iniciativa própria.Sempre é a mulher que o dispensa,depois e constatar o quâo canalha ele é...
Creio que o homem destinado ainda não pintou pra vc.Procure nos lugares certos.Não digo pra não se divertir com os errados,mas na hora que quiser algo sério,com intuito de formar sua própria família,não busque entre aqueles que já possuem uma!Não devemos fazer aos outros o que não desejamos a nós mesmos...
Tenha fé que o sua cara metade vai aparecer!Vc merece ser feliz!E com alguém que te AME de verdade!
Beijo!

Unknown disse...

Sinto muito, Cristal.

Aline disse...

Acho que nesses momentos nada do que seja dito vai adiantar. Comigo pelo menos nunca adiantou. Faço minhas as palavras da "9 meses": sinto muito. E que encontres alpinistas mais dispostos da próxima vez. Te cuida! Beijos

Luciana Matos disse...

Eu fico me perguntando como é que pode alguém não querer fazer de tudo pra ficar com você, sendo você tão linda, tão inteligente, tão divertida!

De repente o que é teu tá guardado ainda e tu nem sabe...

Sorte!