21 abril 2013

Velhice novata.

Vou fazer 29 anos e me sinto uma velha doida. Cheia de manias, que nunca sai de casa... só falta os gatos para o cenário ficar completo.


Uma vizinha no ponto de ônibus de todo dia me perguntou o que fazia nos finais de semana, olhei para o horizonte e falei "nada" você não sai e tals ela perguntou enxerida, ela também já perguntou se tenho facebook para me adicionar e acredito que por um motivo desconhecido que ela quer ser minha amiga, mas tô loucona para manter amizades então tento ser o mais polida possível a uma distância razoável de três metros.

Não, respondi calmamente, não saio, não faço nada, com aquela cara de garfield, ela continuou perguntando coisas como "mas e seu namorado? Vocês não saem? Você não acha injusto trabalhar a semana toda e ficar em casa final de semana? Você bebe? E lálálá pergunta" e eu não tava nem um pouco a fim de detalhar minha história peregrina (lembram que não faço mais isso desde o trabalho) No que ela solta, "eu e uma turma vamos ao lugar tal, quando quiser sair fala comigo e yadda você parece divertida" e eu divertida as seis da manhã? Ahan.

De repente me imaginei bêbada rindo louca cheia de gente desconhecida em volta todas amigas de infância com uma música altíssima reboleteando ao som de Deus sabe o que, bebendo qualquer coisa alcoolica que me pusessem na mão... por um segundo me pareceu um cenário perfeito, mas foi só por um segundo. Pareceu o máximo e depois me pareceu o inferno. Também não tô a fim disso pra minha vida hoje. É engraçado que não me enquadro em nenhuma categoria de pessoa no momento. Não suporto a calmaria  da minha existência, mas também não quero esse tipo de agito, na verdade tô tão velha e tão cansada que não tô a fim de nenhum agito, de nenhuma espécie. Quero beber meu vinhozinho lendo um livrinho e curtir minha velhice solitária. 







Um comentário:

Nádia Galdino disse...

DUAS. Pensar em sair já me me cansa, e eu sei que isso não é bom... mas não consigo me ver algum dia saindo como há há três anos. Só preciso encontrar um meio termo entre meu "eu" antigo e esse de agora, que acabou de completar 28 mas se sente com 60.