06 abril 2014

Amores que não se excluem.

Eu amo o Rio de janeiro, é um fato. Nem por isso não gosto de Minas, graças a maturidade meu coração pode pertencer a dois lugares, três até.

A primeira coisa que notei em mim quando cheguei é que não existia nenhuma necessidade de impressionar quem quer que fosse. Coloquei minha roupa de mendiga tão comum e não liguei para o fato de estar com as pernas brancas, de repente era tudo o que eu precisava, o não precisar, não ser e não estar.

Não fiz nenhum programa desde que cheguei, almoçei na minha irmã, vi tv, dormi e hoje fui a praia.... tudo tão lindo e tão comum.

Quando vivo minha vida real dificilmente há espaço para ser eu mesmo, afinal eu vivo lutando para minha existência, por isso tenho que ser mil coisas, existe o fato do meu jeito incomodar muitas pessoas, o simples fato de existir e fazer as coisas do meu jeito. Aqui ninguém se importa, estou de férias, posso ser qualquer coisa (o que não poderia quando efetivamente morava e trabalhava aqui). Eu gosto da minha vida em Minas, existem muitos poréns, muitos, mas nem por isso meu coração também não pertence lá. Cada coisa em seus lugares, uma Cristal para cada um deles.

Meu sentimento de incompletude não me é novo, afinal minha vida sempre esteve no próximo passo, no próximo lugar, sempre e sempre largando um pedaço em cada espaço, não é qualquer pessoa que tem uma família em cada lugar e um amor mais distante dessas duas famílias.

Tem dias que lamento, mas aqui não há espaço, porque aqui também não é meu lugar, então não fico esperando que seja. O tempo de achar que a solução ou a felicidade estaria em algum lugar passou, posso ser perfeitamente infeliz ou feliz em qualquer lugar.




Um comentário:

Andréa disse...

Você escreve tão bem...