07 abril 2014

Ritmo

Como já disse que meu amor ao Rio não exclui o que sinto por Minas, posso falar do que sinto falta daqui.
Sinto falta de um milhão de coisas, outras coisas só conquistei fora daqui (minha casa para exemplificar) e o fato de ter levado muitos problemas com uma até... certa dignidade diria, e tudo o que aprendi e ninguém me tira.
o Rio foi a minha terra de oportunidades, nada teria acontecido se não fosse pelo meu ímpeto de ter tentado a anos atrás.

Hoje percebi claramente, o ritmo carioca, o ritmo no metrô, no trem, parece que as pessoas simplesmente sabem que vão fazer algo, qualquer coisa, é como saem igual igual a um touro, sem se distrair com os entornos, andam com a cabeça pra cima ou para frente e atropelam. Atropelam quem para na frente (chamem isso de falta de educação, ok) não tem tempo para nada e tem tempo para tudo, puxem papo com quem está do lado, acabou de arrumar uma amiga de infância. Todos vão reclamar. Do calor, dos preços (farei um post a parte) do trem lotado, do trânsito, mas vão reclamar daquele jeito meio engraçado, lotado de palavrão, de quem aceita essa parte.

Vou rir da cafonice carioca (ô zé povo mal vestido) e vou rir das coisas, rir somente, pra dentro.

Passei em frente meu antigo trabalho hoje, não senti saudade nostálgica, isso eu vou sentir quando estiver lá para uma vistinha, mas esse é o fato, o carioca sempre sente saudade. Sente saudade de outros tempos que são sempre melhores que os tempos atuais. Sempre. Mesmo que não.

Carioca não tem boa memória para as tragédias, por isso meu jeitão sempre perdôo tudo e o ontem é sempre melhor, porque a memória seletiva nos permite ver só as vantagens dos outros tempos.

Se alguém me disser novamente "volta pro Rio" vou pensar somente em como o Rio mora em mim.






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