08 março 2019

Cadê?

Eu costumava ser uma entusiasta de tudo, leitura, livros, trabalho, pessoas (talvez pessoas nem tanto...), qualquer coisa, sempre fui muito interessada, até que as coisas vão expirando, tal qual a promoção da Netflix, tudo na minha vida parecia saturado, faltando perspectivas, faltando sal, faltando tudo o que me agrada, ainda sou uma pessoa de extremos e é um erro achar que a gente muda (mudar muda, mas nem tanto) e andava empurrando a vida, como quem empurra aquele carrinho de compras bambo no supermercado, sem muita vontade, mas na obrigação de continuar vivendo.

Cá estou eu em uma noite de sexta-feira onde várias coisas poderiam estar acontecendo, mas simplesmente não acontece nada, meu casamento, meu trabalho, meus papos, meus livros, é tudo tão morno que sinceramente se tivesse depressão novamente, quem me culparia?

Resolvi escrever, como sempre faço, mas sem publicar, porque ando me achando ridícula, fora de forma com as letras, mas quem se importa, sério, quem além de mim se importa?

Ando na rolagem eterna das redes sociais, empobrecida vendo as imagens, embotada pela realidade do mais ou menos, de tudo que mais odeio na vida é o tal do mais ou menos, pra mim tudo sempre é tudo ou nada, onde achei que me adaptaria a uma vidinha mais ou menos? Até quando estava doente tinha mais "adrenalina", pelo menos a onda de ter que sair da doença, de ter que permanecer viva.

Tem dias que olho pela janela e penso cadê a energia que estava aqui? Nada me tira da cabeça que toda vez que me modifiquei para caber na porra da normalidade muito mais perdi que ganhei, porque toda vez que preciso caber, é fato que preciso cortar algo da minha personalidade, e cada corte, nada novo cresce e só se vai...

Hoje resolvi fazer algo diferente, coloquei as músicas no fone, mandei alguns clientes pastarem (mentalmente obviamente), olhei pro Marcos e pensei foda-se você também, parei de dar trela para algumas amizades e resolvi, de novo, again e and again, vou tentar, mas agora de uma forma diferente, ao invés de me reinventar para algo ter aprovação, vou cagar para essa merda toda, o que no final é sempre o que faço, porque não tenho paciência para essa vida, não tenho paciência e nem estou ficando mais magra ou mais bonita com o passar das crises, estou cada dia menos a fim de tudo isso que vive rodeando minha mente, que melhor forma de passar o tempo que não escrevendo, pondo pra fora toda essa coisa que me consome?

(sem revisões, como sempre)




5 comentários:

Diana, a guerreira. disse...

acho que todo mundo tá se sentindo assim, e quem não tá é porque não está entendendo nada. sair das redes sociais é um grande passo. Recomendo o livro "Dez argumentos para você deletar as redes sociais". Ele explica direitinho a quem interessa que nossa vida esteja morna.

Oficina de Carpintaria disse...

“Não se conforme, mas finja que está tudo bem”. Se conselho fosse bom...na minha vida, eu decidi: garimpar só o que me interessa das relações, ter objetivos de vida relevantes, não somente materiais e cuidar de mim e dos meus.

Nádia Galdino disse...

QUE bom que seus textos estão longe dessa categoria do morno! <3

No mais, ando assim também... mas não em busca do tudo ou nada, mas sim de um equilíbrio que faça sentido, pra MIM.


No mais, melhor coisa mesmo: escrever... escreva sempre, que faz bem (digo isso pra mim também!)!



Xêro! :*

Dois cigarros e um café. disse...

Diana, só melhorou minha vida essa de sair das redes, já anotei aqui a dica do livro.

Oficina: cada vez se faz mais necessário esse "menos" na nossa vida.

Nádia: Vc é sempre uma maravilhosa.

Nilmara disse...

Cristal querida, hoje me deu uma enorme vontade de te "ler". Estamos todas meio assim... mornas! Mas que bom podermos nos aquecer, umas nas outras! Receba meu calor, porque já recebi o teu! Sigamos, nos aquecendo mutuamente! Beijos dentro de um abraço quentinho!