16 março 2017

MARCO Zero

Ontem fiquei pensando, pensando com um propósito, depois de uma conversa com uma leitora querida que bateu em um ponto que havia esquecido, uma força (que todos nós temos) de sair de qualquer situação, de um buraco profundo ou um mais raso.

Excluindo o fato de estar deprimida (estar e não ser) e com uma cárie, nada está diferente da pessoa que eu era uns anos atrás, porém, esse eterno "buscar meu eu de anos atrás" está me enganando, me enganando profundamente, quando me comparo comigo, não chego a nenhum ponto porque considero a pessoa que eu era... EM CIRCUNSTÂNCIAS DIFERENTES, quero reaver algo, um glow, um brilho (que nem brilhava tanto assim) sem colocar a as circunstâncias atuais que me rodeiam junto, e mais uma coisa, a limitação que me coloquei e as minhas próprias definições, sendo que nada da maioria das coisas que acho, me definem.

Meus comportamentos mudaram e foi esse o agravante de toda a gravidade da parada, o que eu comecei a fazer ou parei de fazer que mudaram o e deram o resultado de antes, fora o fato acreditador que eu fui deixando de banda, acreditava em muitas coisas, tinha fé e fui perdendo, não porque estava doente somente, mas porque acreditar também é um exercício, agradecer é um exercício e vencer também é um exercício e um hábito, assim como perder, por isso que as coisas parecem dar "certo / errado" em sucessão.

Resolvi que chegou a hora de me matar (não morrer porque se morrer eu perco a vida como já diria o grande filósofo Tiririca), matar o velho eu, aquele que me aprisiona mais que estar doente, aquela pessoa que diz que hoje não sou tão boa quanto ontem, nem tão bonita ou meus peitos não estão mais tão em pé, resolvi fazer uma lobotomia onde arranco do meu cérebro essa parte necrosada que está matando e levando todo o resto com ele.

A minha vontade é enorme, só quem me conhece pra saber que coisas impossíveis (de legal) acontecem comigo só pelo fato de acreditar, eu estou viva pela minha vontade férrea e não falo de depressão porque já estive pra morrer antes.

Acredito que vou desistir e juro que desisto muitas vezes, mas sempre próximo a algum ponto, aquele ponto muito importante, aquele que é quase definitivo, algo religa no meu cérebro pra avisar que ainda não é a hora de desistir, e que eu ainda vou queimar muita lenha e lutar muito, caindo e levantando porque assim será, já está na hora de eu ter orgulho de tudo o que me tornei dentro de tudo o que já vivi e tudo o que ainda virá.


Não vamos desistir.

Eu e meu cérebro sairemos dessa.


2 comentários:

matilda disse...

Olha, também tô precisando me livrar da parte que vive me comparando comigo mesma.
Sendo que eu não gosto de ser quem sou.

Boa sorte no seu renascimento!

Dois cigarros e um café. disse...

Matilda: Faça isso, daqui a pouco nós morre e ficamos mortos. Digo, livre-se disso.

Bjxxxx