Fúria Gorda III

Cara, 10 dias de dieta ininterruptos. Filial do inferno se chama dieta.

Pior que ficar gorda é permanecer gorda. Quando você chega a um estágio de cogitar comprar calças mais folgadas já prevendo que expandirá o seu território de celulites é porque algo vai mal, muito mal. Eu tinha duas opções... sentar e chorar ou fazer alguma coisa. Primeiro eu sentei e chorei, Nas margens do Rio Piedra eu sentei e chorei (Paulo Coelho faz ventar quando quer – eu também, principalmente quando ligo o ventilador) chorar não emagrece, a menos que chore 8 horas por dia, como eu achei muito exagerado, fui fazer alguma coisa.

Primeira coisa é definir o que fazer, pegar aquele monte de dicas de como emagrecer 23kg em apenas uma semana, juntar tudo e tentar fazer com que aquilo se adapte a realidade.
De tanto definir não defini porra nenhuma e meio boladona do funk resolvi fazer as coisas do meu jeito (jura menina?)

Cortei a janta que virou uma xícara de chá. Uma mísera xícara de chá. Olho pra ela com tanto ódio no coração que a fome passa, com os olhos injetados digo que vou voltar a vestir uma calça 38. Fico deprimida, como não posso comer chocolate para curar minha depressão, vou dormir.

Meu almoço é na granja, só assim para justificar tanto frango, logo um dos alimentos que eu mais odeio. Uma coisa que eu descobri, com fome eu como até frango com beterraba, ainda acho gostoso. Mas não posso repetir esse meu manjar dos deuses.

Meu lanche é uma garrafa de água. Quando eu sinto fome mesmo eu como a garrafa.
Café da manhã é um pão cheio de serragem (grrrr a tal das fibras) com requeijão.
Intercalo toda essa saúde com uns comprimidos de sibutramina para eu não comer meus próprios pés.

Emagreci um pouco, repito isso histéricamente para me consolar enquanto olho para aquela bananada proibida.