16 dezembro 2024

Colei

Existe do verbo tem, um caderno que gosto muito, escrevi muitas coisas, a mão mesmo, como os antigos alfabetizados faziam, já foi um diário e terminaria seus dias como um caderno da repetição, acabei apelidando assim pois as últimas páginas foram repetições conscientes, queria ver quantas vezes a minha mente era capaz de perguntar a mesma coisa até que tive um insight, e parei de escrever nele, criei um ranço a respeito, da repetição, mas ficou o caderno e só tinha escrito metade dele, tenta ecrever um caderno a mão e me diz se metade é pouco, e ele foi um presente de alguém muito amado, um objeto realmente especial, que já fez até mágica, mas estavam lá, aquelas páginas repetindo o que elas repetiam.

Tinha uma parte minha, o EGO, que pensou em um dia transcrever o que tivesse ali, tem muita coisa que poderia ser aproveitada, que coisa estranha falar "aproveitar um texto" para esse blog, e eu sei que tem coisas ali que só podiam ter sido escritas naqueles momentos, não poderiam surgir hoje na mente pois foram absolutamente entremeados com a realidade, e estava lá, parado, a semanas, meses, comecei OUTRO caderno, se tem uma coisa que não me faltou nos últimos 15 anos foi cadernos de todos os tipos e livros, muitos, não posso sonhar em reclamar de uma escassez a esse respeito, voltando a caralha do caderno, acho que já falei sobre ele aqui, só tenho mais um e "os economizo" porque gente doida não precisa se explicar sobre tudo o que faz... olhava o caderno e me lembrava de uma pessoa que não existia, o que era apenas "um capítulo" do caderno, e não, não estou fazendo analogias, e rolava um apego impactante pois, "não terei como escrever isso novamente e onde buscarei essas palavras?" e se quisesse (insira aqui?!?!?!?!?!?!) fazer qualquer coisa com esses textos? Como o que gente, nunca ganhei dinheiro escrevendo, se bem que sim, e não queria desapegar, o caderno não andava pra frente e nem pra trás, pesando em sua existência de palavras.

POIS BEM: peguei um tubo de cola e comecei a colar essas páginas umas nas outras, todas, todas as que me remetiam um determinado assunto, como não iria reler, peguei um espaço de tempo que achei perfeitamente plausível e fui colando, óbvio que queria dizer que me deu uma sensação de paz imensa,  e quando terminei, bati palminhas , pensei "resolvido" e um dia quiser rever essa parte dos meus escritos, puxa vida, não vai rolar,  foi tão repetivivo que certamente não precisarei dessa memória escrita.



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