Já tenho internet novamente aêeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee.
Desde que fiquei desbundada com a vida (meu termo para meus episódios depressivos) tudo tem levado mais tempo para ser feito, muito mais tempo. Uma simples arrumação leva um tempo totalmente anormal, não é que não queira fazer nada, mas fico muito tempo zanzando sem saber direito o que fazer, essa não é uma coisa recente, mas pirou bastante nas últimas semanas.
Pego as coisas e olho com aquela cara "o que fazer com isso" e pode levar algum tempo para eu me situar no tempo e no espaço. Tenho esmorecido bem menos, tenho andando muito calada porque não consigo nenhuma conexão com outro ser humano, ganhei a incrível capacidade de não conseguir me comunicar de nenhuma forma, assim como outras capacidades também se perderam. Rola toda uma cobrança interna sobre eu não ter tratado as pessoas como me tratam quando estou-estive na pior.
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Desde que a Andrea - leitora me mandou um super e-mail explicando exatamente como eu me sentia e o quanto isso grave, fiquei realmente com MEDO, tipo pavorzão mesmo, porque rolou muita identificação com o texto, foi tipo o pior tapa que tomei nos últimos tempos, e olha que tomei vários, mas desde então tenho tentado de quase tudo para sair dessa, mas de quase tudo mesmo, só perdi a coragem de ir ao médico, explicar isso demandaria muitas horas e linhas, então vou escrevendo aos poucos, o que tem mais me ajudado é oração e tentar ver as coisas como elas são, nisso tem sido cruel e difícil, não sei se tinha alguma doença anterior que me cegava, mas desde que resolvi abrir os olhos só tenho visto coisa feia, briga de egos, falta de amor próprio (meu) orgulho ferido, abandono, tudo o que acreditava rui numa porrada só, porém foi a melhor coisa, lidar com o desconhecido, lidar com isso vai mudar um dia - e nunca muda, era meu pesadelo, minha realidade não é maravilhosa (ainda) mas pelo menos já estou sabendo por onde caminhar. E foi isso que me tirou do limbo total, a aceitação. Aceitei que não sou capaz de mudar ninguém, que não sou responsável por ninguém, mas que ninguém é responsável por mim, que tudo pode ser modificado apesar do momento não ser legal.
Tenho dado passos vagarosos, mas perdi a sensação de estar andando pra trás, no momento estou apenas um pouco mais parado que o costume, mas estou indo de encontro a algo que quero com todas as minhas forças, me curar e ser feliz novamente. Ter fé em qualquer coisa, qualquer sonho bobo que se possa realizar até eu ter segurança para alçar vôos mais altos.
Me resgatei de um lugar horroroso que nunca mais quero estar, não sou a pessoa que era, mas vou voltar a ser só que muito melhor que antes. Não tenho rido ainda, mas não tenho chorado, não tenho muitas expectativas, mas as poucas que tenho, tem sido boas, porque elas não envolvem ninguém além de mim, tenho cuidado do meu cabelo, mais ou menos da minha alimentação (emagreci dois quilos) e tenho tentado andar mais arrumadinha, fiz meia dúzias de planos meio bobinhos, mas totalmente viáveis.
Me afastei conscientemente e por escolha de todas as pessoas que amo, para não me contaminar com histórias alheias, só enquanto curo as minhas, se elas estarão lá depois, não sei, mas eu quero estar no meu próprio futuro e se eu continuasse do jeito que estava, comecei a duvidar.
O mais difícil foi falar menos com minha mãe, só que estava me arrasando falar com ela e descobrir que tinha bebido again, era ver meu próprio fracasso em outras áreas, era ver meu medo de ficar igual, não aguentei, espacei mais as ligações - que eram diárias, e tem me ajudado. Não é que as coisas mudaram, mas só que estava um farrapo para poder lidar com isso.
E as cobranças, internas, externas e de pessoas que me conhecem, só me lembrei que não assinei nenhum contrato de que não ficaria doente, que seria sempre de bem com a vida e que não teria problemas. Não, não há possibilidade no momento de fazer nada além do que faço, mesmo que isso signifique somente acordar cedo e trabalhar. É o que tá dando. Se der mais daqui uns dias farei, se não, não farei, é tudo muito simples na verdade.
Tenho certeza que nunca lutei tanto, mas essa é só mais uma luta e nem falarei que tenho certeza que sairei dessa porque isso já é um fato, sempre acreditei que a vida daria certo pra mim, isso que me aconteceu foi só um desvio temporário, que se tivesse dado valor no tempo certo não teria chegado a esse ponto, ficadica que o poço não tem fundo, que desgraça acreditada vira um troço que te envolve de um jeito que quando percebe está nadando em sopa quente somente para sobreviver. Não, não vai acontecer de você acordar um dia e estar bem a menos que você lute para acordar melhor que foi dormir, não vai acontecer de o mundo mudar para se adequar a você, nem as pessoas que te rodeiam, nada vai acontecer se você não fizer alguma coisa-qualquer coisa.
Sinceramente posso enumerar o tanto de coisa idiota que tem me ajudado, cuidar do cabelo, passar creme no corpo, conversar comigo, verificar o que faz mal ao meu corpo quando como, trabalhar mais e melhor, preencher meu tempo - estou fazendo um curso que não me deixa sem muito tempo para ficar deprimida, tentar controlar minhas compras (com pequeninos sucessos), ler coisas engraçadas (nada de texto sobre sintomas de depressão, se já tenho a informação porque ficar confirmando?), e me amar mais, essa é a chave, parece total auto-ajuda e é! Como não sei compartilhar amor e atenção, normalmente amo a todos muito mais que amo a mim, tudo alheio é importante é o meu não (porque será que as pessoas me tratam igual eu me maltrato? Dica valiosa) e sou extramente passional e defensora das pessoas que amo, fui obrigada a retirar os meus sentimentos do mercado para destinar para a pessoa mais importante da minha vida: eu.
Me amo mais que amo os outros, dou atenção aos meus anseios e me trato bem, não tenho me recompensado com bobagens, mas com minha aprovação, que foi sempre o que busquei nos outros, aceitação e aprovação, hoje me aprovo, apesar de não fazer as melhores escolhas - ainda. No dia que puder dividir, volto a dividir, mas no momento só me importa ficar bem e me curar.
28 setembro 2013
O tempo não para - texto longo.
Quem escreveu? Aceito Pix at 16:29
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3 comentários:
me identifiquei com esses trechos - esse em itálico, então...
"Ter fé em qualquer coisa, qualquer sonho bobo que se possa realizar até eu ter segurança para alçar vôos mais altos.
[...]
Me afastei conscientemente e por escolha de todas as pessoas que amo, para não me contaminar com histórias alheias, só enquanto curo as minhas, se elas estarão lá depois, não sei, mas eu quero estar no meu próprio futuro e se eu continuasse do jeito que estava, comecei a duvidar.
[...]
E as cobranças, internas, externas e de pessoas que me conhecem, só me lembrei que não assinei nenhum contrato de que não ficaria doente, que seria sempre de bem com a vida e que não teria problemas.
[...]
Não, não vai acontecer de você acordar um dia e estar bem a menos que você lute para acordar melhor que foi dormir, não vai acontecer de o mundo mudar para se adequar a você, nem as pessoas que te rodeiam, nada vai acontecer se você não fizer alguma coisa-qualquer coisa."
Fico muito feliz por você, de verdade, e principalmente por ter conseguido começar a dar esses passos mesmo sem ter ido procurar ajuda profissional. O mais importante é o que você disse, fazer alguma coisa, QUALQUER coisa, e se curar, por você em primeiro lugar.
E que bom que a Internet voltou e você pode compartilhar tudo isso pelo menos com seus leitores ;)
Faço minhas as palavras da Nádia. Me identifiquei, também, com seu texto e acho, também, que, realmente, às vezes temos que nos afastar de pessoas queridas em momentos em que elas, mesmo sem querer, estão nos fazendo mal (ou não estamos dando conta de seus problemas).
Você me tirou um peso do coração com suas mudanças. Pode até ser que dias ruins ainda venham pela frente, pode ser que, em outros momentos, você ainda se sinta desanimada e pareça que está andando pra trás. É normal, mas não é verdade. Você já tomou um rumo!
Adorei!
Beijo.
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